José Mário Branco - "Quando eu for grande (carta aos meus netos)"
"Quando eu for grande quero ser/ uma pedra no asfalto/ O que lá estou a fazer/ só se nota quando falto"
"Quando eu for grande quero ser/ ponte de uma a outra margem/ para unir sem escolher/ e servir só de passagem"
Esta é uma obra-prima do Zé Mário e da Manuela de Freitas, aqui muito bem acompanhado pelo Bando dos Gambozinos, no Rivoli em 2000. Esta interpretação toca o Céu de tão sublime. E é uma música de ESPERANÇA! Parece-me que é isso que nós precisamos!
Nêspera, eu gosto de praticamente tudo do Zé Mário, publiquei este tema porque é muito menos conhecido, e esta interpretação com o Bando dos Gambozinos é sublime. Beijos.
Adorei andar por aqui, pelo seu cantinho, e viajar atravez da música, do nosso País, da minha vida. Obrigado pela sua visita, terei sempre muito gosto em o receber , na minha humilde casa.
Para mim, a obra-prima do José Mário Branco é:
ResponderEliminarhttp://youtu.be/uMiAYRRp-cE
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crâneos ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte
Natália Correia
Bjis :)
Nêspera, eu gosto de praticamente tudo do Zé Mário, publiquei este tema porque é muito menos conhecido, e esta interpretação com o Bando dos Gambozinos é sublime.
ResponderEliminarBeijos.
Este poema da Natália é lindo e eu também gosto muito!
ResponderEliminarBeijinhos, nêspera!
Adorei andar por aqui, pelo seu cantinho, e viajar atravez da música, do nosso País, da minha vida.
ResponderEliminarObrigado pela sua visita, terei sempre muito gosto em o receber , na minha humilde casa.
armalu, seja sempre muito bem vinda por aqui.
ResponderEliminarabraço.