domingo, 24 de março de 2013

Steppenwolf - "Magic Carpet Ride"



Como referi o chileno Luis Sepúlveda nos posts anteriores, apetece-me transcrever excertos de um escritor que considero da mesma família literária. O colombiano Gabriel García Márquez fascinou-me por completo com o seu "Cem Anos de Solidão". Trata-se de uma das obras mais mágicas que li ao longo da minha vida de leitor. É um dos livros mais influentes da História da Literatura, e tal como Sepúlveda me faz lembrar um pouco García Márquez, existem um cem número de escritores que parecem ter ido beber à magia do colombiano.
Por causa do excerto que publico neste post, lembrei-me desta música dos Steppenwolf. Faz parte do álbum " The Second" de 1968.

Steppenwolf - "The Second" (1968)
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"Úrsula tinha acabado de cumprir o seu repouso de quarenta dias quando chegaram os ciganos. Eram os mesmos saltimbancos e malabaristas que haviam trazido o gelo. Ao contrário da tribo de Mequíades, tinham  demonstrado em pouco tempo que não eram arautos do progresso mas bufarinheiros de diversões. Mesmo quando trouxeram o gelo, não o anunciaram em função da sua utilidade para a vida dos homens mas como uma mera curiosidade de circo. Desta vez, entre muitos outros jogos de artifícios, traziam um tapete voador. Mas não o ofereceram como uma contribuição fundamental para o desenvolvimento do transporte, mas como um objecto de divertimento. Claro está que as pessoas desenterraram os seus últimos pedacinhos de ouro para usufruírem dum voo fugaz sobre as casas da aldeia. Amparados pela deliciosa impunidade da desordem colectiva, José Arcadio e Pilar viveram horas de desafogo. Foram dois namorados felizes entre a multidão, e chegaram até a suspeitar que o amor podia ser um sentimento mais repousado e profundo que a felicidade desaforada, mas momentânea, das suas noites secretas."
Gabriel García Márquez, "Cem Anos de Solidão", 1967

3 comentários:

  1. MAGIC CARPET RIDE

    I like to dream yes, yes, right between my sound machine
    On a cloud of sound I drift in the night
    Any place it goes is right
    Goes far, flies near, to the stars away from here

    Well, you don't know what we can find
    Why don't you come with me little girl
    On a magic carpet ride
    You don't know what we can see
    Why don't you tell your dreams to me
    Fantasy will set you free
    Close your eyes girl
    Look inside girl
    Let the sound take you away

    Last night I held Aladdin's lamp
    And so I wished that I could stay
    Before the thing could answer me
    Well, someone came and took the lamp away
    I looked around, a lousy candle's all I found

    Well, you don't know what we can find
    Why don't you come with me little girl
    On a magic carpet ride
    Well, you don't know what we can see
    Why don't you tell your dreams to me
    Fantasy will set you free
    Close your eyes girl
    Look inside girl
    Let the sound take you away

    You don't know what we can find
    Why don't you come with me little girl
    On a magic carpet ride
    Well, you don't know what we can see
    Why don't you tell your dreams to me


    beijos & abraços.

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  2. partilho completamente da tua opinião sobre Gabriel García Márquez, tem uma magia inegável. Tenho o livro, "contos completos" 1947/1992 desse mesmo autor. E gostaria muito de ler, cem anos de solidão!
    deixo aqui um excerto que escolhi um pouco ao acaso, do livro de contos,

    "Para finais de janeiro, o mar ia-se tornando áspero, começava a despejar sobre a aldeia um lixo espesso, e poucas semanas depois tudo estava contaminado pelos seus humores insuportáveis. A partir de então o mundo não valia a pena, pelo menos até dezembro seguinte, e ninguém ficava acordado depois das oito. Mas, no ano em que veio o senhor Herbert, o mar não se alterou, nem sequer em fevereiro. Pelo contrário, fez-se cada vez mais liso e fosforescente, e nas primeiras noites de março exalou um perfume de rosas."

    beijinho, hugo!

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    1. Olá Andy!!! Há uns anos, aproveitando o balanço de ter lido "Cem Anos de Solidão" e "Notícia de um sequestro", ainda comecei a ler "Doze Contos Peregrinos", mas por alguma razão, interrompi essa leitura e nunca mais a retomei... Espero voltar lá, qualquer dia.

      Obrigado pela partilha desse excerto lindo.
      É fixe esta partilha de excertos de livros que fazem parte do nosso imaginário!

      Os blogs são mesmo especiais!

      beijinhos!

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