quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Barack Obama reeleito e a lembrança de um filme de que gosto muito muito muito



Na madrugada da Eleição Presidencial norte-americana, lembrei-me que poderia ser interessante falar deste filme no meu blog. Primeiro, porque é um daqueles filmes que não se esquece, depois, porque tem tudo a ver com a reeleição de Obama. "Ruggles of Red Gap" foi realizado por Leo McCarey em 1935. O vídeo que publico mostra-vos o excerto do filme em que o Mordomo cita o que Lincoln (1809-1865) disse no famoso discurso de Gettysburg em 1863.
 Obama foi reeleito Presidente no mesmo dia (6 de Novembro) em que Abraham Lincoln foi eleito em 1860 (há 152 anos). E apesar de Lincoln ter sido Republicano, é uma das maiores referências para Obama.

"O Extravagante Sr. Ruggles" de Leo McCarey (1935)
 Na Primavera de 1908, um mordomo inglês é obrigado a mudar-se para uma terreola dos E.U.A, quando o seu patrão o perde ao jogo para um milionário norte-americano. Ao choque e à desadaptação iniciais, segue-se a compreensão e adesão do mordomo à vida e aos ideais de um país como os Estados Unidos. Ele que vem de uma longa série geracional de mordomos, consubstancia a sua conversão à "terra das oportunidades" com a abertura de um restaurante, o "Anglo-American Grill". Antes, cita o que Lincoln disse em Gettysburg, e é com essa citação que se podem arrepiar como eu, se for caso disso, a partir do minuto 2:22 do vídeo que publico. Transcrevo essa citação devidamente traduzida, para que possam perceber na plenitude tudo que o mordomo nos diz, numa interpretação inacreditável de Charles Laughton.

"Há 87 anos, os nossos antepassados criaram neste continente uma nova Nação, concebida em Liberdade e no pressuposto de que todos os Homens nascem iguais. Agora estamos empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova a longevidade de uma Nação assim concebida. Encontra-mo-nos num dos grandes campos de batalha dessa guerra. Viemos transformar uma parcela desse campo em última morada daqueles que deram as suas vidas para que essa Nação sobrevivesse. Este gesto é absolutamente apropriado e condigno. Mas, num sentido mais lato, não podemos dedicar ou consagrar, não podemos santificar este chão. Os Homens corajosos, vivos e mortos que aqui lutaram, consagraram-no muito para além das nossas pobres possibilidades. O mundo não lembrará o que aqui dissemos, mas nunca poderá esquecer o que eles aqui fizeram. Cabe-nos a nós, os vivos, entregar-mo-nos aqui à tarefa que aqueles  que aqui combateram, tão nobremente iniciaram. Cabe-nos entregar-mo-nos à grande tarefa que se nos depara e destes honrados mortos tomar o testemunho de devoção à causa pela qual demonstraram a mais plena das devoções, que façamos com que não tenham morrido em vão e que esta Nação subordinada a Deus, renasça de novo em Liberdade e que esse governo do Povo, pelo Povo e para o Povo não deixe de existir nesta terra." 

Atenção que não estou a fazer a apologia dos "States" como paradigma de Liberdade ou algo que o valha, apenas me limito a referir um filme que eu Amo, e do qual me lembrei enquanto via na tv o desenrolar dos resultados da Eleição Presidencial norte-americana.

2 comentários:

  1. Vou tentar ver o filme, aprende-se muuuuito por aqui!
    Beijo

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  2. Hugo, este post é muuuuito interessante.
    Obrigada por essa publicar um assunto assim tão especial. Agora vou ver de novo o filme. Beijos

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