sábado, 31 de dezembro de 2011

d3o - "Wanna Hold You"



 Portugal, o meu país, está a transformar-se cada vez mais em algo sombrio, difícil de descrever e ainda mais difícil de compreender. Não sabemos bem o que nos espera, mas coisa boa não é. A destruição do que levou muito tempo a construir, não aflige quem nos governa. O Serviço Nacional de Saúde é o exemplo que pode ser mais assustador. Quando todos começarem a perceber as coisinhas básicas que vão perder (que já estão a perder) e que antes não pensavam nelas porque eram direitos adquiridos, aí talvez o Povo entenda, em massa, o que lhe estão a fazer. A EDP já foi vendida. Agora "eles" não vão parar mais!!! As Águas de Portugal, a RTP, a CP, os CTT, a TAP (e eu sei lá mais o quê) vão ser vendidos consoante o interesse do mercado. Como se tivéssemos a falar de desodorizantes (com todo o respeito que me merece o desodorizante que uso todos os dias). Se o dinheiro é que manda nisto tudo e cada vez mais, depois do país estar vendido, vamos eleger quem? O que é que nos vai sobrar? Eu sei que somos um país de brandos costumes, mas o que "eles" se preparam para destruir é aceitável para vocês? É que depois, não há maneira de fazer voltar, aquilo que é nosso por direito. É melhor já nem falar, agora, sobre os cortes nos subsídios de férias e Natal para os funcionários públicos e pensionistas. É melhor não falar tudo de uma vez, para que o ar ainda continue respirável.

O sempre fantástico Bartoon do Luís Afonso no Jornal Público


Assim apetece-me terminar o ano com este vídeo dúbio, sombrio & sensual o quanto baste.
A protagonista é a Ágata Alencoão.
O vídeo foi realizado pela Cláudia Batalhão.
O tema faz parte do álbum "Exposed" (2009) dos d3o.


d3o - "Exposed" (2009)
Bom Ano 2012!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

We Are The City - "Happy New Year"



 Por razões óbvias, lembrei-me desta música, deste grupo canadiano.
Tema que faz parte do álbum "High School" de 2011.

We Are The City - "High School" (2011)
Bom Ano 2012!

The Parkinsons - "New Wave"



 Estava eu a pensar que iria passar o ano com os Parkinsons, quando na quarta-feira ao ajudar a minha mana, o meu cunhado e o meu sobrinho nas mudanças para a casa nova, torci o pé direito ao transportar um móvel nada prático de se levar pelas escadas... Conclusão: a passagem de ano no Teatro Sá da Bandeira no Porto com este Punk Rock apetecível,  parece-me que fica para outra altura, até porque preciso de curar este pé o quanto antes. Não era suposto faltar ao trabalho esta semana... veremos o que o ano novo me reserva...
Tenho um historial muito curioso no que a entorses do pés diz respeito. Curiosamente, quando jogava à bola com os meus amigos, tendo eu um estilo próximo do Figo (ahahah), nunca fiz qualquer entorse. Mas exceptuando as pequenas mazelas que às vezes sucedem, sei que tive três casos destes ao longo da minha vidinha.
Primeiro: quando ainda era muito puto, fui atropelado por um Mini (não sei porque é que as pessoas se riem quando digo isto, se fosse outro carro se calhar não se riam), e nessa altura torci o pé esquerdo e desde então esse pé ficou com uns estalidos bem catitas, mas completamente funcional, como sempre fui (por acaso, ontem, uma vizinha chamou-me portátil... eu encarei isso como um elogio). Como nota posso acrescentar que, apesar do atropelamento, sempre adorei e adoro Minis. Uma amiga de uma namorada que tive, transportava-se num Mini dos antigos, eu ainda andei nele várias vezes, acerca disto não resisto a contar que quando o meu telemóvel tocava e aparecia o nome de Olga Duro (identificação que nem era o nome real da dita amiga), os meus amigos diziam que ela só poderia ser um travesti... Por acaso, pensando hoje nisso, tenho que lhes dar razão, não que ela seja um travesti, mas porque é conhecida por um nome que pode levar a pensar nisso...
Segundo: em 2007 fiz uma entorse grave no mesmo pé esquerdo, era Verão, tinha acabado de ver o Jorge Palma de borla num concerto no Metro do Cais do Sodré, e quanto ao resto podem ler no post que publiquei há uns tempos com a música "Portugal, Portugal" do mesmo Jorge. Só vos digo que estive vários meses sem conseguir correr...
Terceiro: na quarta-feira aconteceu o que já contei no princípio deste post, hoje já estou melhor, mas quando comecei a dançar ao som do disco dos Parkinsons que tocava cá por casa, fui parar em cima do sofá cheio de dores e aí me deixei ficar, resignado.
Bom Ano 2012!

O tema "New Wave" faz parte do álbum "down with the old world" (2005).

The Parkinsons - "down with the old world" (2005)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O Natal passou-se muito bem...

O Natal passou-se muito bem. A minha família junta-se um ano na casa dos meus tios, um ano na casa dos meus pais. Este ano foi na casa dos meus tios. Temos uma ementa bastante diferente das outras famílias. É tradição desde que me lembro, comer uma enorme caldeirada dos mais variados peixes, cozinhada num tacho enorme, tacho esse emprestado, sempre nesta ocasião, por um restaurante vizinho. Depois ainda temos alguma carne, ao que o meu pai sempre chama "presas". Durante muitos anos acompanhávamos a Ceia de Natal com o vinho do Rosa, amigo de longa data do meu tio. Agora já não há vinho do Rosa para ninguém, porque o senhor já não tem a saúde suficiente para fazer a dita "pomada". Mas como devem calcular o vinho não faltou... Eu estive sempre no verde, mas a maioria alinhou pelo tinto. Natal sem doces, não é Natal, e nós temos as sempre deliciosas azevias de grão e amêndoa feitas pela minha mãe, juntamente com as filhoses e bolo rei também feitos por ela. Para além disso há sonhos, coscorões, tronco de chocolate e encharcada! (devo estar a esquecer-me de alguma coisa). Para acompanhar estas guloseimas, este ano o meu tio tinha lá uma aguardente de medronho caseira, absolutamente deliciosa. Pensava eu que não gostava de aguardente até provar esta... Ainda por cima estava fresca... uma delícia. Também havia licores para outros gostos e conversa a rodos. As prendas agradaram a toda a gente... E no dia de Natal ainda sobrou alguma comidinha como sempre sobra. Este ano na Ceia não estiveram a minha mana e a minha prima com a restante famelga, mas já estiveram no dia de Natal. Para o ano que vem será ao contrário, estarão na Ceia e não estarão no dia seguinte. Agilidades próprias da nossa família nesta época.
É muito bom juntar a família, assim.

sábado, 24 de dezembro de 2011

"Deep & Crisp & Even"



 "Deep & Crisp & Even" (2009) é uma curta-metragem feita para televisão, com a habitual qualidade BBC, e que tem uma dimensão mágica própria do melhor Cinema. Foi escrita por Maggie & Peter Souter e realizada por Brett Foraker.

Entretanto já recebi a minha primeira prenda deste Natal, dada por uma Amiga muito especial.

A minha primeira prenda deste Natal, um livro lindo lindo lindo!!!

Ramones - "Merry Christmas (I Don't Want To Fight Tonight)"



 E já agora uma música natalícia de um dos meus grupos preferidos. Tema que faz parte do álbum "Brain Drain" (1989).

Ramones - "Brain Drain" (1989)

Fred Astaire - "Santa Claus Is Comin' To Town"



 Quando fui trabalhar de quinta para sexta, levei esta música na cabeça e ela fez-me companhia toda a noite.
Bom Natal!

Diana Krall - "Have Yourself a Merry Little Christmas"



 Tema que ficou popularizado pela interpretação da minha querida Judy Garland no filme "Meet me in St. Louis" (1944), realizado por Vincente Minnelli. Depois, ao longo dos tempos, muitos interpretaram esta música, entre eles a fantástica Ella Fitzgerald e o não menos fantástico Frank Sinatra. Neste vídeo podemos ouvir uma interpretação incrível da Diana Krall.
Bom Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

The Pogues - "Fairytale of New York"



 Desde Dezembro de 1987, quando este tema saiu em single, que esta música faz parte de muitos Natais por esse mundo fora. É uma referência sublime para esta época. Shane MacGowan surge aqui a cantar com Kirsty MacColl, numa química que resultou na perfeição!
O tema faz parte do álbum "If I Should Fall From Grace With God" editado no princípio de 1988.

The Pogues - "If I Should Fall From Grace With God" (1988)

The Raveonettes - "The Christmas Song"



 Hoje vou trabalhar no turno da noite, apesar de ter estado de tarde o resto da semana. Adaptações proletárias a que me vou sujeitando...
O espírito natalício está bem presente por essas ruas fora, e eu aqui no blog sigo a matilha, e começo a publicar vídeos referentes a esta época.
The Raveonettes são um grupo dinamarquês muito interessante e gravaram esta música em 2001.
Bom Natal!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Enquanto eu não vim aqui... aconteceram algumas coisas...



 Enquanto eu não vim aqui... aconteceram algumas coisas... Não vou ser exaustivo, até porque são 3:53 da madrugada e eu saí do trabalho às 23:00. Não se admirem com a selecção do que vos vou contar acerca da minha vidinha, nos dias que aqui não vim. Acho que me vou focar mais em dois Domingos. Também têm que compreender que não posso contar tudo, porque senão vocês, qualquer dia, já sabem mais de mim do que eu próprio.


No dia 11 de Dezembro, um Domingo, depois de ter assistido a um jogo de futebol entre a minha segunda equipa, o Costa de Caparica (a primeira é o enooorme Sporting) e o Farense, no nosso campo cheio (!!!), passei pela zona do Campo Pequeno e lembrei-me que os Xutos iam dar uma matinée naquela arena. Fui vê-los, pois claro, e adoraria assistir a mais matinées de Domingo na companhia dos Xutos, porque saí de lá um pouco rejuvenescido com todo aquele ambiente... Já os vi muitas vezes, ao longo da minha vida, mas parece-me que nunca os tinha visto num concerto com início às 18:00h. Foram, como sempre são, fantásticos! Abriram de novo com o "Sémen" em homenagem ao desaparecido Zé Leonel, e este foi um concerto de, ainda, mais emoções do que é costume. O Zé Pedro demonstrou estar muito bem com o seu fígado novo (como ele próprio disse) e por diversas vezes se emocionou ao longo da actuação e das intervenções que foi tendo. Com o habitual divertimento de um miúdo, o guitarrista dos Xutos animou a malta com todo o seu carisma, mas numa das intervenções entre músicas, a voz denunciou uma emoção grande, ao nos dizer que naquele dia faria anos a Marta Ferreira (falecida em 2007), irmã do Kalu e manager da banda durante mais de dez anos.
Foi mais um grande concerto da maior banda de Rock and Roll em Portugal!

A Marta com os Xutos numa foto da Rita Carmo

Neste último fim de semana, muito haveria para contar, mas não temos tempo. Só vos digo que quero ter mais fins de semana assim. O melhor vou guardar para mim como se de um tesouro se tratasse, uma sensação boa que eu já não sentia há muito! Assim, apenas vos contarei algumas deambulações rápidas de Domingo, pela cidade do Porto, sítio onde não ia há bastante tempo.
Saí do Andante na Estação do Bolhão, e fui dar à Rua de Santa Catarina num mar de gente afoita nas compras de Natal e no passeio domingueiro. Nessa Rua comprei um Carlos Paredes lindo, feito artesanalmente em arame e outros materiais mágicos, por um senhor muito simpático que, pelos vistos, está sempre por ali, a vender aquelas OBRAS DE ARTE encantadoras!!! Ainda nessa Rua, vi palhaços a fazer bonequitos de balões; e pinturas que são cópias de pintores famosos, feitas por pintores de Rua. Depois, encontrei uma menina que me pediu para a ajudar a subir as escadarias da igreja. Chegados lá acima, perguntei-lhe a idade (sim, eu sei que não se deve perguntar a idade a uma menina) e ela respondeu-me 90 aninhos, dizendo-me também que iria actuar no coro que daria um concerto naquela igreja, mas que por causa daquelas escadas já nem teria fôlego... Como se fosse possível que uma menina daquelas, alguma vez perdesse o fôlego. Continuei o meu passeio, com um sorriso parvo nos lábios, e fui dar à Avenida dos Aliados onde se preparavam os atletas de Domingo para a Corrida São Silvestre. Muito mais percorri por ruas e ruelas e dei de caras com uma manifestação silenciosa da Associação Animal, em frente ao Coliseu, num protesto contra os circos com animais. Eu demonstrei-lhes a minha solidariedade, eles incentivaram-me a fazer parte da manif., mas tinha que voltar para Lisboa, e só tive tempo para comer uma tarte de nata deliciosa, para trazer como recordação da Invicta!

Protesto em frente ao Circo do Coliseu, que eu referi

Como devem ter reparado, já há algum tempo que não publicava posts (ou "postas", como diz uma amiga muito especial!...), por isso também não tenho tido tempo para ir a outros blogs. Qualquer dia retomo os comentários nos espaços d@s Amig@s blogueir@s que eu tanto gosto de visitar! Até lá, um Abraço!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hole - "Awful"



 "(...)"
"Hey, run away with the light/ Run away it's divine/ Let's run away, yeah, tonight and/ We'll steal the light of the world"
"(...)"
"If the world is so wrong/ Yeah you can break them all/ With one song/ If the world is so wrong yeah you can take/ it all/ With one song"
                                              Hole in "Awful" do álbum "Celebrity Skin" (1998)

A Angústia prossegue dentro de momentos.

Courtney Love fotografada por Kevin Cummins

domingo, 4 de dezembro de 2011

Morrissey - "Everyday Is Like Sunday"



 Os vinis do Morrissey tiveram uma grande importância na banda sonora da minha adolescência. Continuam a estar no lugar mais acessível dos vinis, para que os possa ouvir sempre que me apeteça. Este "Everyday Is Like Sunday" saiu primeiro no álbum "Viva Hate" (1988), mas eu tenho-o no "Bona Drag" (1990).

Álbum "Bona Drag" (1990), um vinil muito especial que eu tenho

sábado, 3 de dezembro de 2011

Brian Haner - "Saturday"



 Agora que surgiu mais um homem a dizer que é o "Estripador de Lisboa", designação utilizada para identificar alguém que assassinou três prostitutas entre 1992 e 1993, crimes que já prescreveram e dos quais nunca se descobriu o seu autor, lembrei-me deste vídeo e desta música de Brian Haner. Os crimes são tão macabros que o melhor é mesmo aligeirar o tema.
Vídeo realizado por McKenna Haner.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

António Variações - "perdi a memória"



 Hoje é Dia da Restauração da Independência Portuguesa.
Mas também é Dia Mundial de Luta contra a Sida.
Assim apetece-me publicar uma das minhas músicas preferidas de António Variações (1944-1984).
Tema que faz parte do álbum "Dar & Receber".

António Variações - "Dar & Receber" (1984)

Fernando Pessoa (1888-1935)

"Fernando Pessoa em flagrante delitro"

A 30 de Novembro de 1935 morre Fernando Pessoa.
Do maior poeta do mundo e arredores já soube vários poemas de cor, hoje em dia só tenho memorizado um. O poema "Abdicação" do "Cancioneiro" continua na minha memória todos estes anos nem eu sei bem porquê! Resistiu a tudo, e enquanto os outros poemas se foram sumindo, este foi batendo à porta para que eu o continuasse a dizer, sempre. São coisas que não se explicam.
"Fernando Pessoa em flagrante delitro" é a dedicatória no verso desta fotografia, que Pessoa ofereceu à namorada Ophélia Queiroz em 1929.

            ABDICAÇÃO
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
                                   Eu sou um rei
Que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu ceptro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços.

Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas, de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.

Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
 Fernando Pessoa in "Cancioneiro"

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Aldina Duarte - "Gato Escaldado"



 Quem me conhece sabe que, actualmente, a minha fadista preferida é a Aldina (Nêspera, é incrível a coincidência nos gostos... Quando li o teu comentário fiquei mais uma vez abismado).
Hoje é dia de concerto desta fadista na Culturgest em Lisboa. No outro dia vi o excelente documentário "Aldina Duarte : Princesa Prometida" realizado por Manuel Mozos, a partir de uma ideia de Maria João Seixas. Filme fascinante onde a Aldina explica, por exemplo, porque é de Esquerda, politicamente falando, e onde podemos vê-la acompanhada por amigos, entre os quais, Jorge Silva Melo, que numa ida à feira do livro no Chiado (feira que junta alguns títulos da Livraria Bertrand, com títulos disponibilizados por diversos alfarrabistas) lhe oferece um livro da Patricia Highsmith. Curiosidades que se podem ver num documentário a não perder, e que se encontra disponível para venda em dvd.

Documentário fascinante realizado por Manuel Mozos

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Amália Rodrigues - "És tudo para mim"



 O Fado é Património Imaterial da Humanidade, segundo a UNESCO.
A Dona Amália é o expoente máximo do Fado. É impossível falar no Fado sem falar nela.
Tive uma namorada que ama a Amália e que no dia em que ela morreu, me telefonou a chorar, para me dar a triste notícia. Quando tínhamos que fazer viagens longas de carro, eu já sabia que a cassete que iria rolar mais era a da Dona Amália. Intercalávamos de vez em quando um pouco de rock and roll, mas a banda sonora mais constante de algumas dessas viagens era o Fado da Diva. Aquela cassete rolou imensas vezes, e era super resistente! Cantávamos, rumo ao Norte e rumo ao Sul, uns fadinhos para não sentirmos tanto os kms.
Este vídeo é um excerto do filme "Fado, História d'uma Cantadeira" (1947), realizado por Perdigão Queiroga.

Camané - "A Guerra das Rosas"



 O Fado é Património Imaterial da Humanidade, segundo a UNESCO.
Em 1995 surge no panorama musical português, um jovem muito tímido e pequenino, que se agiganta magicamente sempre que canta o Fado. Surge acompanhado pelos conselhos do Zé Mário Branco e edita nesse ano "Uma Noite de Fados", cd que emprestei e nunca mais ouvi... Depois disso nunca mais parou de crescer (musicalmente), e é sem dúvida um dos grandes valores do Fado.
Este tema faz parte do álbum "Do Amor e dos Dias" (2010).
O vídeo foi realizado por Toni Ferrino (António Ferreira).

Carminho - "A Bia da Mouraria"



 O Fado é Património Imaterial da Humanidade, segundo a UNESCO.
Como tive o impulso de escrever o post anterior, a horas tardias e quando pensava que não me apeteceria publicar naquele momento, tenho que completar um pouco esta minha visão do Fado, feita de gostos discutíveis como todos os gostos. Convém lembrar, primeiro que tudo, que na minha adolescência, o Fado não estava na moda como está hoje. Mesmo assim tenho dois vinis de fado que muito prezo, comprados nessa altura. Um é o "Lishbunah" (1988) de Anabela Duarte (vocalista dos Mler Ife Dada); o outro é o primeiro álbum da Mísia (1991). Para além destes discos comprados por mim, já havia cá por casa algum fado, com imenso destaque para a Dona Amália, pois claro.
Hoje em dia há fadistas bonitas a surgir de todo o lado, umas mais interessantes, outras de fugir! A Carminho é um dos novos valores do Fado que me apetece referir, pela força interior que ela emprega a tudo o que interpreta, e pela qualidade que tem.
Vídeo lindo realizado por João Botelho.

Mariza - "Chuva"



 O Fado é Património Imaterial da Humanidade segundo a UNESCO (seja lá o que isso for). E eu gostei que assim fosse. Lembro-me que vi a Mariza em Fafe , numa sala com pouca gente, penso que por alturas do primeiro disco, e aquela actuação marcou-me para sempre! Ela disse numa entrevista recente que não gosta de públicos tímidos, pois bem, naquele dia ela pediu por diversas vezes para que as pessoas se chegassem à frente para que tudo fosse mais acolhedor. As pessoas continuavam lá atrás! E ela saiu do palco e foi para um canto da sala, para recriar um ambiente fadista próximo de quem a ouvia, como se fosse em qualquer tasca! Acreditem que foi um dos momentos mais inesquecíveis que vivi, no que ao Fado diz respeito. Depois, lembro-me também de uma actuação no anfiteatro natural de Monsanto, com alguns chuviscos, e vários estrangeiros que se emocionaram e riram e gostaram da Mariza que já admiravam!  Espaço natural cheio (com frio e à chuva) para ouvir alguém com um vestido lindo do João Rôlo a cantar com a perna em cima da cadeira, com meias coloridas!!! Cantar Fado assim!!! Para escândalo de tanta gente com mente pequenina!!! Felizmente, tudo isso se foi diluindo...
Eu gosto de ouvir Fado, apesar de eu ser mais rock and roll!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sérgio Godinho- "Só Neste País"



 Hoje é dia de concerto do Sérgio Godinho no Coliseu de Lisboa. A data na capital era ontem, mas por causa da Greve Geral, a que ele se quis associar, o concerto foi adiado para hoje.
"Só Neste País" é um tema que faz parte do álbum "Ligação Directa" de 2006.
O vídeo foi realizado por André Godinho.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

José Mário Branco - "Quando eu for grande (carta aos meus netos)"



 "Quando eu for grande quero ser/ uma pedra no asfalto/ O que lá estou a fazer/ só se nota quando falto"
"Quando eu for grande quero ser/ ponte de uma a outra margem/ para unir sem escolher/ e servir só de passagem"

Esta é uma obra-prima do Zé Mário e da Manuela de Freitas, aqui muito bem acompanhado pelo Bando dos Gambozinos, no Rivoli em 2000. Esta interpretação toca o Céu de tão sublime. E é uma música de ESPERANÇA! Parece-me que é isso que nós precisamos!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gazua - "Para Todos"



 "Num qualquer dia, em qualquer lado/ alguém escreveu/ que o mundo anda desconcertado/ A esperança cai num poço sem fundo/ A vida insiste em roubar de um vagabundo/ Daqui para a frente!/ Tudo é diferente/ Vamos mostrar que está aqui alguém/ E os proveitos/ E as riquezas/ ou são p'ra todos/ ou não são p'ra ninguém!/ Os humildes são prejudicados/ e os egoístas são sempre recompensados/ Mas vê-se ao longe, tudo a ruir/ Para quem não vê está na hora de partir/ Se o silêncio é, conformação/ viva o barulho, viva o som do trovão/ E se amanhã, tudo parar/ tens de decidir/ de que lado queres recomeçar"
                                              Gazua in "Para Todos" do álbum "Música Pirata" (2009)

Este vídeo mostra os Gazua a tocar na Festa do Avante em 2009, e eu estou ali a assistir.

Ramones - "Rock 'N' Roll High School"



 Pode parecer contraditório (a música e o cartaz), mas não é!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Terrakota - "Illegal"



 Porque as pessoas têm que ser livres de viver onde quiserem!

Peste & Sida - "Acordas p'la manhã"



 "De regresso a casa/ matas a sede/ bebes uns bagaços/ afogado pelo álcool que bebeste/ esquecestes as frustrações e os fracassos".
Peste & Sida in "Acordas p'la manhã" do álbum "Portem-se Bem" (1989).

Muito haveria a dizer sobre os Peste, mas não temos tempo. Digo-vos apenas que o João Alves (actual guitarrista da banda) me safou de uma zaragata com um tipo muito maior que eu, na Jukebox da Rua da Fé. Mas isso fica para outro post que preciso de fazer qualquer dia.

Eu não passo 8 horas do dia no escritório (como diz a música), mas passo 8 horas do dia na Fábrica, o que vai dar ao mesmo...Acho eu.

Tara Perdida - "Dentro (reacção final)"



 "Se eu pudesse controlar o pensamento/ se eu pudesse respirar sem não ter medo/ Mas algum dia todo o medo irá desaparecer/ Não interessa/ O que sinto é o que vale a pena fazer/ (...)/ Estou perto de rebentar/ de rebentar/ Se eu pudesse confrontar o sentimento/ Se eu pudesse deixaria de ter medo/ E nesse dia poderia soltar esta frustração/ está cá dentro da cabeça/ à espera de uma solução/ (...)/ Estou perto de rebentar/ de rebentar/ Reacção final que me vai levar para um mundo imaginário/ determinação de querer voltar e emendar todo um passado/ A realização de um sonho que é meu/ orgulho de ser quem sou/ A minha posição, aquilo que farei/ Tenho que sentir e não me reprimir/ Está cá dentro".

Estas são imagens de um concerto na Incrível Almadense, gravadas para o dvd "É Incrível", saído em 2008 mas gravado em 2007. Apenas teve distribuição gratuita, em número limitado, para os primeiros compradores do cd "Nada a Esconder". Eu já não fui um dos felizes contemplados.
Lembro-me perfeitamente deste dia do concerto, estava ainda na dúvida se ia ou não, quando lá no trabalho me vieram pedir para fazer horas extra. Lembro-me que estava um dia diluviano e para chegar à outra margem deveria ser dificílimo. Não fui, pois claro.

Só tenho pena que este cartaz seja laranja!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

No Use For A Name - "Why Doesn't Anybody Like Me?"



 Amanhã os No Use For A Name passam por Lisboa para dar um concerto no espaço TMN ao Vivo (ex- Armazém F). Apesar de muita gente dizer que eles fazem parte da família musical dos NOFX (a melhor banda de Rock and Roll do mundo), eu nunca fui apreciador destes norte-americanos, também californianos, que estão muito abaixo da qualidade da minha banda preferida (NOFX). Há muitos anos que assinaram contrato com a Fat Wreck Chords, editora discográfica de Fat Mike (vocalista dos NOFX), sendo uma das principais bandas do catálogo dessa editora. O único tema de que gosto muito muito muito, é este "Why Doesn't Anybody Like Me?" que pertence ao álbum "More Betterness!" de 1999.

The Adicts- "Viva La Revolution"



 Single editado em 1981. Tema que faz parte do álbum "Songs of Praise" desta banda inglesa.

The Adicts - "Viva La Revolution" (1981)

The Boomtown Rats - "I Don't Like Mondays"



 Single editado em 1979 que faz parte do álbum "The Fine Art Of Surfacing" desta banda irlandesa.

The Boomtown Rats - "I Don´t Like Mondays" (1979)

domingo, 20 de novembro de 2011

Chico Buarque - "Futuros Amantes"



 Hoje fizeram-me uma pergunta muito certeira: "Hugo, porque é que no teu blog ainda não falaste de MPB?!"
Quem me fez esta pergunta sabe que eu adoro MPB. Pois é, parece-me que ainda não falei... Mas há tanta coisa que ainda não falei no meu blog. Apesar de hoje em dia ouvir muito mais rock and roll, continuo a descobrir incessantemente pérolas da MPB. Lembro-me do Pedro (casado com a filha do Sérgio Godinho) que foi meu professor, dizer que quando ia ao Brasil estoirava o dinheiro todo em discos. Como eu o compreendo. O Chico Buarque é o meu preferido na MPB. Sempre foi. Desde miúdo que o ouço. Ele mexe com o mais profundo que há em mim. A música dele é "insuportavelmente" bela, e como devo ser masoquista, ouço-a ao longo de todos estes anos. Este tema faz parte do álbum "Paratodos" de 1993.

Chico Buarque - "PARATODOS" (1993)

Normal People 2.0 - "Sunday Song"



 Vídeo realizado por Francis More.

sábado, 19 de novembro de 2011

Gene Vincent - "Another Saturday Night"



 Tema editado por Gene Vincent em 1964 no álbum "Shakin' Up A Storm"

Gene Vincent - "Shakin' Up A Storm" (1964)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Troggs - "With A Girl Like You"



 Tema editado por esta banda inglesa em 1966.

Exemplo de duas capas diferentes para o mesmo single.
Um dos meus temas preferidos .
Boa Sexta!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

The Easybeats - "Friday On My Mind"



 Música editada por esta banda australiana em 1966.

Single - "Friday On My Mind" (1966)

O fascinante Herberto



 O fascinante Herberto Helder dito pelo enorme Mário Viegas.


AS MANEIRAS - II

Era uma vez um pintor que tinha um aquário e, dentro do aquário, um peixe encarnado. Vivia o peixe tranquilamente acompanhado pela sua cor encarnada, quando a certa altura começou a tornar-se negro a partir - digamos - de dentro. Era um nó negro por detrás da cor vermelha e que, insidioso, se desenvolvia para fora, alastrando-se e tomando conta de todo o peixe. Por fora do aquário, o pintor assistia surpreendido à chegada do novo peixe.
O problema do artista era este: obrigado a interromper o quadro que pintava e onde estava a aparecer o vermelho do seu peixe, não sabia agora o que fazer da cor preta que o peixe lhe ensinava. Assim, os elementos do problema constituíam-se na própria observação dos factos e punham-se por uma ordem, a saber: 1º - peixe, cor vermelha, pintor, em que a cor vermelha era o nexo estabelecido entre o peixe e o quadro, através do pintor; 2º - peixe, cor preta, pintor, em que a cor preta formava a insídia do real e abria um abismo na primitiva fidelidade do pintor.
Ao meditar acerca das razões por que o peixe mudara de cor precisamente na hora em que o pintor assentava na sua fidelidade, ele pensou que, lá de dentro do aquário, o peixe, realizando o seu número de prestidigitação, pretendia fazer notar que existia apenas uma lei que abrange tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Essa lei seria a metamorfose. Compreendida a nova espécie de fidelidade, o artista pintou na sua tela um peixe amarelo.
                                               
                                          Herberto Helder in "Retrato em Movimento" (1967)


(nota acerca de um pormenor absurdo só visível num blog como o meu: a palavra "amarelo" no poema não se encontra afastado do peixe, contudo por razões misteriosas, sem eu deixar esse espaço, o malandro do "amarelo" teima em fugir para a parte de baixo...)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bangles - "Walk Like An Egyptian"



 Por razões que eu cá sei, lembrei-me desta música e deste poema. Só mesmo no meu blog é possível juntar as Bangles com o Herberto Helder. Delícia minha, dedicada a uma marciana muito especial.
Tema que faz parte do álbum "Different Light", gravado em 1985 e que saiu para o mercado em 1986.
O Herberto é um dos meus poetas...

As Bangles
Herberto Helder
POEMAS DO ANTIGO EGIPTO

ODE DO DESESPERADO

A morte está agora diante de mim
como a saúde diante do inválido,
como abandonar um quarto após a doença.

A morte está agora diante de mim
como o odor da mirra, 
como sentar-se sob uma tenda num dia de vento.

A morte está agora diante de mim
como o perfume do lótus,
como sentar-se à beira da embriaguez.

A morte está agora diante de mim
como o fim da chuva, 
como o regresso de um homem
que um dia partiu para além-mar.

A morte está agora diante de mim
como o instante em que o céu se torna puro, 
como o desejo de um homem de rever a pátria
depois de longos, longos anos de cativeiro.
Herberto Helder in "O Bebedor Nocturno" (1968) 


(nota curiosa sobre algo que nem toda a gente sabe: Herberto Helder é pai do jornalista Daniel Oliveira [programa "o eixo do mal"], e curiosamente nesta foto, nota-se bem a parecença entre os dois, até porque o Daniel tem agora a barba igual)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Clã - "Problema de Expressão"



 Hoje assinala-se o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa. O primeiro vídeo que me veio à cabeça foi este. Os Clã são um grupo de que gosto desde o início até hoje, e que por isso, já fazem parte do meu imaginário diário há muitos anos. Por uma qualquer tacanhez autoral do Nuno Tudela, realizador deste vídeo, não me é permitido publicar no meu blog o vídeo disponibilizado no canal desse autor. Assim, o meu profundo agradecimento ao Portugal Metal, que também tem o vídeo no seu canal do You Tube, sem qualquer restrição de publicação. Desculpem a menor qualidade do som, com um ruidinho dispensável, mas que poderá motivar a compra do álbum "Kazoo", para se poderem deliciar enormemente com este tema. Os Clã agradecem.
Clã - "Kazoo" (1997)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Garbage - "Only Happy When It Rains"



 Este tema faz parte do álbum de estreia dos Garbage editado em 1995. A escocesa Shirley Manson juntou-se a este grupo de norte-americanos e assim criaram uma banda muito interessante com um conjunto de óptimos discos editados.
Fotografia de Frank W. Ockenfels

"No cimo das montanhas de pedra cinzenta, por baixo de um pico severo, brotava, borbulhante, uma pequena fonte de uma abertura na pedra. Era alimentada pela neve conservada à sombra no Verão e, de vez em quando, a sua bacia secava completamente e viam-se as rochas nuas e as algas secas no fundo. Mas a água raramente deixava de jorrar, fria, limpa e deliciosa. Nas alturas em que caíam grandes aguaceiros, podia transformar-se numa corrente que se precipitava pela fenda da montanha, mas era quase sempre uma fonte pouco abundante. A água caía, borbulhante, sobre uma bacia e depois descia uns trinta metros até outra bacia, e, ao transbordar desta, descia de novo, e assim continuava, sempre a descer, até alcançar o cascalho das terras altas, onde desaparecia por completo. De qualquer forma, nessa altura já pouco restava dela, porque, sempre que caía por uma escarpa, o ar sedento bebia-a, e salpicava das bacias para a vegetação seca. Os animais vinham de grandes distâncias beber nas pequenas bacias, desde os carneiros selvagens e os veados, até aos pumas, aos mapaches e aos ratos - todos ali bebiam. E as aves que passavam os dias no mato, vinham de noite beber às bacias que eram como degraus na fenda da montanha. Junto daquela minúscula corrente, sempre que se reunia terra suficiente para aí fixarem as raízes, cresciam colónias de plantas, vinha selvagem, pequenas palmeiras, avencas, hibiscos e ervas altas dos pampas, com hastes emplumadas que se erguiam acima das folhas pontiagudas. E nessas lagoas viviam rãs e alfaiates, e rastejavam vermes pelo fundo. Tudo aquilo que gostava de água vinha para essas bacias pouco profundas. Os felinos apanhavam aí as suas presas, e espalhavam penas e bebiam a água entre os dentes ensanguentados. As pequenas bacias eram lugares de vida e também de morte por causa da água."
                                                                                              John Steinbeck in "A Pérola" (1947)

domingo, 13 de novembro de 2011

"Gloomy Sunday"



 Há muitos anos que defendo que a Arte & o Amor podem salvar vidas.
Curta-metragem realizada por Reed Thomas-Litman.
No outro dia comprei no Pingo Doce um livro da Maria Filomena Mónica, que vi enquanto estava à espera para ser atendido na fila da caixa. Sim, já se vendem livros junto às caixas do Pingo Doce que frequento. E ainda bem.
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Na "Utopia", Thomas More, um católico fervoroso, defendeu que, numa sociedade ideal, quem tivesse de lidar com doentes em sofrimento deveria encorajá-los a matar-se. Também Montaigne considerava justificável o suicídio: "A morte é um paraíso seguro, que não deve jamais ser temido e que muitas vezes pode ser procurado." Por seu lado, Francis Bacon insistia em que, se necessário, os médicos deveriam ajudar os moribundos a morrer. Nos séculos XVIII e XIX, vários pensadores se exprimiram igualmente sobre o suicídio. Eis o que David Hume afirmava: "Quando a vida se torna um fardo, a coragem e a prudência deveriam conduzir a libertar-nos, logo que possível, da existência."
                                                                                              Maria Filomena Mónica in "A Morte" (2011)

sábado, 12 de novembro de 2011

Capitão Fantasma - "Hu Uá Uá"



 Neste vídeo, quem recebe o pessoal dos Capitão Fantasma, é o Miguel Newton dos Mata-Ratos.
  Até os gatos dançam!
  Tema que dá nome ao álbum de estreia deste grupo rockabilly.

Capitão Fantasma- "Hu Uá Uá" (1992)

The Magic Numbers - "Forever Lost"



 Ontem, dia 11-11-11 às 11:11 recebi um sinal mágico que me deixou com um olhar diferente, dizem. Um olhar mais positivo, dizem. Uma disposição mais leve, dizem. O mais incrível disto tudo é que eu ligo aos números e às capicuas, por exemplo quando acerto o despertador do telemóvel para acordar de manhã. É uma mania. Adorei ser surpreendido com este sinal mágico.
Números Mágicos!

"Amor Portátil" (1999), um livro luminoso
"Sinto invadir-me uma melancolia de outros tempos em que acreditar era mais fácil. Ou talvez não, talvez me engane, talvez tenha sido sempre assim, do mesmo modo absurdo. O que sei é que sozinhos nos invade um terror agudo que nos imobiliza os membros e a vontade e que outros se encontrem na mesma situação não chega para dar o alento mínimo indispensável. Sozinhos numa solidão universal, que pavoroso panorama. Será certamente a causa por que a distracção deixou de ser um complemento agradável no decorrer dos dias para se tornar numa questão de sobrevivência e o seu valor monetário subir em flecha.Precisamos urgentemente de nos enganar com o que quer que seja, de fugir à brutal realidade das coisas, de entrar em zonas que nos poupem da lucidez. Adoecemos rapidamente se não formos entretidos. O amor entra aqui como água em terra seca, um substituto em tempos indigentes, de grande insuficiência, o que nos resta. Mas é um amor em sobressalto, fugidio, instável. Um amor que mete muito medo, medo de irremediavelmente nos perdermos, de não nos voltarmos a encontrar senão mais sozinhos, não podermos ou não querermos continuar e ficarmos pior do que estávamos no começo. Não sei o que me deu para me pôr a pensar nisto. Se ao menos ajudasse. Os pensamentos convertem-se noutros meros pensamentos e em volta tudo se cala."
                                                              Pedro Paixão in "Amor Portátil" (1999)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

The Jesus & Mary Chain - "Happy When It Rains"



 Os escoceses The Jesus & Mary Chain foram um dos meus grupos preferidos da adolescência, juntamente com os Joy Division e The Cure. Quando comecei a gostar deles, o segundo disco da banda ("Darklands") do qual este tema faz parte, já tinha sido editado há uns anos (1987). Se activarem o botão das anotações do vídeo, podem cantar a letra enquanto ouvem a música.

Álbum "Darklands" de 1987

"Durante alguns dias a nortada aquieta-se. Grandes chuvadas começam a cair cada manhã, demoram-se pela tarde adiante, só com a noite se extinguem. Depois, de novo o vento irrompe das bandas do norte. O tempo seca, frio e nublado.
É estreita, sempre igual, a vida do campo. Raros são os acontecimentos estranhos, tudo se repete. Até quando qualquer transformação se verifica e persiste, logo se monotoniza. Assim acontece com o Palma. Embora só ainda por meia dúzia de vezes tivesse atravessado a fronteira, parece-lhe que desde há muito anda no contrabando."
                                            Manuel da Fonseca in "Seara de Vento" (1958)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

New Order - "Blue Monday"



Single editado em 1983, sendo esta uma das versões felizes (remix) de 1988.

domingo, 6 de novembro de 2011

The Clash - "The Leader"



 Tema do álbum "Sandinista!" de 1980.
"The people must have something good to read on a sunday"

sábado, 5 de novembro de 2011

Canned Heat - "On The Road Again"



 Hoje apetece-me recordar Canned Heat e este "On The Road Again" editado em 1968. E assim lembrar mais um músico desaparecido aos 27 anos, Alan Wilson (1943-1970).

Alan Wilson fotografado por Steve LaVere

"Percebo demasiado tarde
Que a vida é apenas isto
Um lugar de abandono
Com ciprestes na berma da estrada."
Luís Falcão in "Pétalas negras ardem nos teus olhos" (2007)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bota de Ouro

Cristiano Ronaldo
A Bota de Ouro é um prémio instituído pela UEFA, órgão máximo na gestão do futebol europeu, para galardoar o melhor marcador de golos dos campeonatos europeus. Depois dos portugueses Eusébio em 1967-68, 1972-73 (representando o Benfica); e Fernando Gomes 1982-83, 1984-85 (representando o Porto); foi a vez de Cristiano Ronaldo receber a segunda Bota de Ouro da sua carreira, agora representando o Real Madrid. Em 2007-08 já tinha alcançado este feito ao serviço do Manchester United. Por curiosidade convém referir que o argentino Héctor Yazalde em 1973-74 (representando o Sporting); e Mário Jardel em 1998-99 (representando o Porto), 2001-02 (representando o Sporting) também foram ilustres goleadores que ganharam este galardão actuando no nosso campeonato.
Ronaldo é mais um craque saído da formação leonina, que eu vi surgir no estádio antigo, e vi fugir no estádio novo, visto que foi na inauguração deste em 2003, que Sir Alex Ferguson ficou rendido com o talento do miúdo. Com apenas 18 anos vai para Manchester e transforma-se na estrela mediática conhecida em todo o mundo. É incrível que um jogador que joga preferencialmente nas faixas marque tantos golos. Ele é um extremo, não é um ponta de lança como Eusébio, Fernando Gomes e Mário Jardel! Ele ganha este prémio jogando nos dois melhores campeonatos da Europa (o inglês e o espanhol)! É verdade que na selecção portuguesa ainda não atingiu o patamar que todos esperam, mas o mesmo acontece com o Messi na selecção argentina. Só num país miserável como o nosso, é que existe tanto mal-dizer em relação ao futebol de um craque de nível mundial. Ele já provou tudo o que vale na sua profissão, mas mesmo assim, ouvem-se, constantemente, comentários detractores dizendo que Messi é muito melhor. Os dois são igualmente fantásticos, mas só num país miserável como o nosso se dá mais valor ao que não é português, mesmo contra todas as evidências! É claro que me irrita o dinheiro que ele ganha! É uma afronta à miséria o que os jogadores de futebol ganham! Mas eu adoro futebol e amo o meu Sporting onde ele foi formado!

(Nota surpreendente vinda de alguém de que não se estava à espera. Nem nesta cerimónia nos vimos livres do relvismo [seja lá o que isso for], contudo Miguel Relvas, Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que também tem a tutela do Desporto, citou Agustina Bessa-Luís dizendo que "Só é fabuloso quem acredita na fábula".)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Jorge Palma - "Frágil"



 E que tal publicar a música mais óbvia do Jorge? Não me vou alongar em textos inúteis, até porque a minha vizinha de cima não gosta do bater do teclado. E eu tenho que respeitar a vida alheia. Digo-vos apenas que a minha estranha secretária não facilita no ranger que se quer invisível, e por isso as coisas se tornam mais complicadas e menos naturais. Eu estive num destes concertos do vídeo, depois de experimentar as coisas mais estranhas e curiosas num café/restaurante árabe. Cheguei tarde. Neste ano de 2007, acho que cheguei sempre tarde, e só arranjámos um lugar de ladecos nas galerias, porque encontrámos uns anjos sabedores. Isto de estar a escrever este post com o efeito do meu whisky preferido é bem capaz de ser uma boa forma de entender a vida do Jorge. Desculpem a sinceridade, mas tenho que me levantar daqui a pouco para ir trabalhar e espero não publicar algo de que me arrependa.
beijos & abraços.
O meu Whisky preferido!

Aqui fica a minha homenagem pacóvia ao Whisky de que mais gosto! Desculpem lá qualquer coisinha....

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Albert Hammond Jr. - "101"



 Hoje é Dia de Todos-os-Santos e por esse país fora há muita gente que recorda os entes queridos já desaparecidos, rumando ao cemitério.Coisa que nunca fiz neste dia porque ando sempre contra-corrente. Há uns anos, num fim de semana passado lá no norte, lembro-me de abrir a janela quando me levantei e ficar impressionado com a multidão que estava no cemitério. Sim, a vista daquela janela era um cemitério, mas eram também uns montes lindos que se estendiam até lá ao fundo. Nunca mais olhei de forma igual para este dia. Assim fui buscar este vídeo realizado por Patrick Daughters da música "101" de Albert Hammond Jr. Tema que faz parte do álbum de estreia a solo de um dos guitarristas dos Strokes. Álbum esse que tem uma das capas mais fantásticas de que há memória...

Álbum "Yours to Keep" (2006)
A capa é fantástica e o álbum é muito bom!

Rita Redshoes - "The Beginning Song"



 Hoje às 23:49 na Rtp2, é transmitido o programa Bairro Alto onde a Rita é entrevistada por José Fialho Gouveia. Assim arranjei um pretexto para publicar este vídeo retro de que tanto gosto, com uma música deliciosa do álbum "Golden Era" de 2008.
Em comparação com outros projectos onde ela participou, eu só gosto de algumas músicas do David Fonseca, por isso este gosto por esta Rita é ainda mais valioso.

Fotografia de Paulo Segadães
O vídeo foi realizado por Filipe Cunha Monteiro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Marilyn Manson - "This is Halloween"



 Em dia de Halloween ou dia das Bruxas, apetece-me lembrar este começo fulgurante do filme "The Nightmare Before Christmas" de 1993, que nasceu das ideias malucas de Tim Burton e foi realizado por Henry Selick. A música foi composta por Danny Elfman e esta é uma versão do "This is Halloween" cantada por Marilyn Manson.

"The Nightmare Before Christmas" (1993)

Marilyn Manson com a sua gata Lily White, foto de Nela Koenig

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Mouseland"



 Numa altura em que os portugueses vão sentir cada vez mais as medidas de austeridade que se anunciam em catadupa (vamos lá ver se não nos afogamos todos), convém lembrar este filminho muito curioso.
A fábula Mouseland foi inicialmente contada por Clarence Gillis e mais tarde popularizada em discurso por Tommy Douglas (1904-1986), político canadiano. A fábula expressava a visão de que o sistema político canadiano estava viciado, pois oferecia aos eleitores um falso dilema: a escolha de dois partidos, dos quais nenhum representava os interesses do povo.
Na fábula, os ratos (o povo canadiano) votavam nos gatos negros (Partido Progressivo Conservador) e depois de algum tempo descobriam o quão difícil suas vidas eram. Depois votavam nos gatos brancos (Partido Liberal) e assim ficavam alternando entre os dois partidos.
As legendas referem Portugal em vez do Canadá, numa adaptação do discurso à nossa realidade. E no vídeo os ratos chamam bolchevique ao revolucionário e a tradução refere comunista, o que bem vistas as coisas vai dar ao mesmo, mas eu gosto da palavra bolchevique...
A animação ficou a cargo de Kevin Durkee e Ted Healey e é de 1992.

Como vocês vão poder ver, este vídeo fez-me lembrar uma frase que aparece no filme "O Destino" realizado pelo egípcio Youssef Chahine em 1997, mesmo antes do filme terminar :

"As ideias têm asas, nada pode impedi-las de voar."

"O Destino" de Youssef Chahine (1997)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Amy Winehouse - "October Song"



 Aqui está um vídeo da Amy, ainda sem a marca do abuso de substâncias nocivas para o organismo. Eu já tinha publicado o "Fuck Me Pumps", antes dela desaparecer, mas nunca é demais recordar. O tema deste vídeo faz parte do álbum "Frank" editado em 2003. Vemos uma Amy com um corpo muito atraente e ainda, apenas, com uma tattoo visível no braço que segura o microfone. Imagem bem diferente daquela a que nos habituámos. Não parece a mesma pessoa. Reparem bem na inocência dos últimos segundos deste vídeo, onde a vemos beber água de uma garrafa de plástico, antes de anunciar o nome da música que interpretou.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Supagroup - "What's Your Problem?"



Os Supagroup vão estar hoje no Music Box do Cais do Sodré.
Muito rock & energia é o que se espera.
Eu vou estar no jantar de anos da minha tia, a encher a pança!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bonnie 'Prince' Billy - "I Am Goodbye"



 Bonnie 'Prince' Billy é o nome artístico de Will Oldham, e esta personagem actua hoje no Teatro Maria Matos em Lisboa. Sorte daqueles que compraram os bilhetes antes deles desaparecerem.

"Caminho devagar, numa direcção que me parece ir ter ao lugar do encontro, sem escolher as ruas."
                                          in "O Estádio de Wimbledon" de Daniele del Giudice (1983)

domingo, 23 de outubro de 2011

Manuel da Fonseca (1911-1993)



 Este vídeo reproduz o som e a imagem de um disco chamado "pretextos para dizer..." editado em 1978, com voz de Mário Viegas (1948-1996) e música de Luís Cília. Trata-se do poema "Domingo" de Manuel da Fonseca, um dos meus poemas preferidos. Curiosamente, este ano na Festa do Avante, comprei uma t'shirt com uma ilustração linda em homenagem a este poeta, numa banca muito simpática de Santiago do Cacém. Quando vi a t'shirt fiquei com um sorriso parvo e indisfarçável, o que deixou surpreendida quem estava comigo naquela altura. Achei delicioso que tenha sido num Domingo, este encontro feliz com uma homenagem que posso vestir para recordar este poeta.

Manuel da Fonseca nos anos 80, fotografado por Rui Pacheco
DOMINGO

Quando chega domingo,
faço tenção de todas as coisas mais belas
que um homem pode fazer na vida.

Há quem vá para o pé das águas
deitar-se na areia e não pensar…
E há os que vão para o campo
cheios de grandes sentimentos bucólicos
porque leram, de véspera, no boletim do jornal:
«Bom tempo para amanhã»…
Mas uma maioria sai para as ruas pedindo,
pois nesse dia
aqueles que passeiam com a mulher e os filhos
são mais generosos.

Um rapaz que era pintor
não disse nada a ninguém
e escolheu o domingo para se matar.
Ainda hoje a família e os amigos
andam pensando porque seria.
Só não relacionam que se matou num domingo!

Mariazinha Santos
(aquela que um dia se quis entregar,
que era o que a família desejava,
para que o seu futuro ficasse resolvido),
Mariazinha Santos
quando chega domingo,
vai com uma amiga para o cinema.
Deixa que lhe apalpem as coxas
e abafa os suspiros mordendo um lencinho que sua mãe lhe bordou,
quando ela era ainda muito menina…

Para eu contar isto
é que conheço todas as horas que fazem um dia de domingo!
À hora negra das noites frias e longas
sei duma hora numa escada
onde uma velha põe sua neta
e vem sorrir aos homens que passam!
E a costureirinha mais honesta que eu namorei
vendeu a virgindade num domingo
— porque é o dia em que estão fechadas as casas de penhores!

Há mais amargura nisto
que em toda a História das Guerras.
Partindo deste principio,
que os economistas desconhecem ou fingem desconhecer,
eu podia destruir esta civilização capitalista, que inventou o domingo.
E esta era uma das coisas mais belas
que um homem podia fazer na vida!

Então,
todas as raparigas amariam no tempo próprio
e tudo seria natural
sem mendigos nas ruas nem casas de penhores…

Penso isto, e vou a grandes passadas…
E um domingo parei numa praça
e pus-me a gritar o que sentia.
mas todos acharam estranhos os meus modos
e estranha a minha voz…
Mariazinha Santos foi para o cinema
e outras menearam as ancas
— ao sol como num ritual consagrado a um deus! —
até chegar o homem bem-amado entre todos
com uma nota de cem na mão estendida…

Venha a miséria maior que todas
secar o último restolho de moral que em mim resta;
e eu fique rude como o deserto
e agreste como o recorte das altas serras;
venha a ânsia do peito para os braços!

E vou a grandes passadas
como um louco maior que a sua loucura…
O rapaz que era pintor
aconchegou-se sobre a linha férrea
para que a morte o desfigurasse
e o seu corpo anónimo fosse uma bandeira trágica
de revolta contra o mundo.
Mas como o rosto lhe estava intacto
vai a família ao necrotério e ficou aterrada!
Conheci-o numa noite de bebedeira
e acho tudo aquilo natural.

A costureirinha que eu namorei
deixava-se ir para as ruas escuras
sem nenhum receio.
Uma vez que chovia até entrámos numa escada.
Somente sequer um beijo trocámos…
E isto porque no momento próprio
olhava para mim com um propósito tão sereno
que eu, que dela só desejava o corpo bem feito
me punha a observar o outro aspecto do seu rosto,
que era aquela serenidade
de pessoa que tem a vida cheia e inteira.
No entanto, ela nunca pôs obstáculo
que nesse instante as minhas mãos segurassem as suas.
Hoje encontramo-nos aí pelos cafés…
(ela está sempre com sujeitos decentes)
e quando nos fitamos nos olhos.
bem lá no fundo dos olhos,
eu que sou homem nascido
para fazer as coisas mais heróicas da vida
viro a cabeça para o lado e digo:
— rapaz, traz-me um café…

O meu amigo, que era pintor,
contou-me numa noite de bebedeira:
— Olha, quando chega domingo,
não há nada melhor que ir para o futebol…
E como os olhos se me enevoassem de água,
continuou com uma voz
que deve ser igual à que se ouve nos sonhos:
— …. no entanto, conheço um homem
que ia para a beira do rio
e passava um dia inteirinho de domingo
segurando uma cana donde caia um fio para a água…
… um dia pescou um peixe,
e nunca mais lá voltou…

O pior é pensar:
que hei-de fazer hoje, que toda a gente anda alegre
como se fosse uma festa?…
O rapaz que era pintor sabia uma ciência rara,
tão rara e certa e maravilhosa
que deslumbrado se matou.

Pago o café e saio a grandes passadas.
Hoje e depois e todos os dias que vierem,
amo a vida mais e mais
que aqueles que sabem que vão morrer amanhã!

Mariazinha Santos,
que vá para o cinema morder o lencinho que sua mãe lhe bordou…
E os senhores serenos, acompanhados da mulher e dos filhos,
que parem ao sol
e joguem um tostão na mão dos pedintes…
E a menina das horas longas e frias
continue pela mão de sua avó…
E tu, que só andas com cavalheiros decentes,
ó costureirinha honesta que eu namorei um dia,
fita-me bem no fundo dos olhos,
fita-me bem no fundo dos olhos!

Então,
virá a miséria maior que todas
secar o último restolho de moral que em mim resta;
e eu ficarei rude como o deserto
e agreste como o recorte das altas serras:
e virá a ânsia do peito para os braços!

Domingo que vem,
eu vou fazer as coisas mais belas
que um homem pode fazer na vida!

Manuel da Fonseca