Eu comecei a ouvir Zeca Afonso no princípio da minha adolescência, através dos discos vinil de um vizinho da minha Avó que era cego. Mas o vizinho que veio cego da Guerra Colonial, emprestava os valorosos discos a um outro vizinho, esse sim meu Amigo. Eu nunca vi esse Sr. cego, apenas nutro por ele o fascínio dos discos emprestados por interposta pessoa, o que já é imenso... Esse meu Amigo de infância, há muito que foi viver para Norte, quanto ao vizinho dos discos, não sei se ainda será vivo. A minha Avó Mariana morreu há muitos anos, mesmo assim sinto dificuldade em passar pela Rua Salvador Allende onde ela morava. Olhar para aquela varanda de recordações, provoca-me reacções estranhas que procuro evitar. Não sei explicar. Gravei, prontamente, os discos emprestados, em cassetes que foram ouvidas vezes sem conta. Só muitos anos mais tarde comprei alguns CDs. Só agora publico um post com uma música do Zeca. As razões são tão rebuscadas, que vão desde uma foto encontrada há pouco, até a um jogo de futebol com uma equipa algarvia...
José Afonso no canto inferior esquerdo |
Convém, talvez, explicar. A foto mostra-nos José Afonso (canto inferior esquerdo) na altura em que foi professor provisório na Escola Industrial e Comercial de Faro (de 7 de Outubro de 1958 a 18 de Julho de 1959). Foto surripiada ao site da Associação José Afonso em www.aja.pt. Assim aproveitei para publicar uma música do Zeca situada perto de Lagos, no dia a seguir ao jogo do meu Sporting com o Olhanense (equipa inequivocamente algarvia, apesar da maioria esmagadora de estrangeiros no plantel). Devo também salientar que nunca fui grande apreciador do documentário "Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia" (1976) realizado por António da Cunha Telles. O mesmo não posso dizer da música que sempre adorei cantar ao longo de todos estes anos. Tema que faz parte do álbum "Com as minhas tamanquinhas" de 1976.
José Afonso - "Com as minhas tamanquinhas" (1976) |
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