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Laurie Anderson fotografada por Clifford Ross |
E perguntam vocês "à la Herman" : O que é que o "Angústia" ("La peau douce") do Truffaut tem a ver com a maluca da Laurie Anderson?! Pois é, absolutamente nada. A não ser coincidências da minha pobre vidinha. Eu passo a explicar. Aproveito o pretexto desta "ganda" maluca passar por cá, para publicar este vídeo do qual gosto muito. Laurie Anderson actuou ontem em Guimarães, hoje actua em Coimbra, amanhã em Aveiro, depois de amanhã em Torres Vedras e no sábado em Torres Novas. Curiosamente, ontem matei saudades do "Angústia" do Truffaut, que tinha gravado da RTP2 no sábado passado. Já não o via há muitos anos e soube-me muito bem revê-lo! Quando frequentava regularmente a minha querida Cinemateca (já lá não ponho os pés há imenso tempo!), um dos meus amigos Cinéfilos falava-me de alguma música electrónica que ele ouvia e que curiosamente comprava, quase na totalidade, na Loja de Discos que eu também frequentava... Se íamos à Carbono juntos (para quem não saiba, a Loja de Discos de que falo fica relativamente próxima da Cinemateca) podíamos vê-lo junto de discos dos quais eu nada conhecia, e eu próximo dos discos Punk e de Rock and Roll em geral. Lembro-me que um dos nomes em que ele mais insistia para eu escutar era precisamente o de Laurie Anderson. Mas sempre fui resistindo a esses sons, até porque não sou apreciador. Este vídeo é uma das excepções desta louca! Gosto do vídeo e gosto da música.
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"La peau douce" ("Angústia") - F. Truffaut (1964) |
Quanto ao "Angústia" do Truffaut, vi-o pela primeira vez, certamente na Cinemateca, apesar de não encontrar no meu arquivo de bilhetes de Cinema, o texto que terei escrito sobre o filme nessa altura. Tinha por hábito escrever sobre os filmes que via, apenas porque me dava prazer e facilitava a organização das ideias na minha cabeça. Escrevia em papel porque na altura ainda não havia blogs...
Françoise Dorléac é a protagonista, juntamente com Jean Desailly. O par do filme interpretado por estes actores, conhece-se durante uma viagem até Lisboa. Ficam ambos hospedados no Hotel Tivoli (também perto da Cinemateca...). As imagens de Lisboa dos anos 60, apenas se vêem no princípio do filme, mas é depois, no regresso a França, que a obra ganha, cada vez mais, uma dimensão próxima do melhor Truffaut.
Françoise Dorléac era irmã de Catherine Deneuve. Morreu três anos depois da estreia do filme, vítima de um acidente de automóvel.
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Françoise Dorléac fotografada por Giancarlo Botti |
Jean Desailly interpreta o papel de Pierre Lachenay, personagem de um escritor muito respeitado que, a certa altura, vai apresentar um filme de Marc Allégret sobre André Gide. Lachenay termina a apresentação citando Gide : "Acreditem em quem busca a verdade. Duvidem de quem a encontra, duvidem de tudo, mas não duvidem de vós mesmos."