Pode-se escrever sobre a Festa do Avante mais de um mês depois? No blog do Hugo pode-se (quase) tudo. Vamos ver se é desta que conto os dois dias que faltam referir da Festa!
Sábado, dia 6 de Setembro, comecei pelo Pavilhão da Ciência, "Sexualidade: mecanismos e identidades. A vida continua.", tema da exposição e das actividades este ano.
Fotografei um quadro muito curioso com diversas personalidades consideradas muito importantes nesta temática. Curioso sobretudo pela diversidade certeira, nele podemos ver Anaïs Nin, Rosa Luxemburgo, Maria Teresa Horta, Raquel Freire... quatro exemplos que me dizem muito!
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De seguida, ali ao lado, no Auditório 1º de Maio, viajei com canções eternas da nossa memória, interpretadas por Samuel, que se fez acompanhar pelas vozes jovens da Oficina do Canto, projecto cultural da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
No mesmo Auditório seguiu-se a voz forte de Luísa Basto, onde o fado se misturou com referências combativas, numa energia própria da cantora.
No Espaço Central, vi a exposição "Os Valores de Abril no Futuro de Portugal", onde se pôde vislumbrar um pouco do que foi a enorme coragem e resistência da luta anti-fascista no nosso país.
No Espaço das Artes, visitei a belíssima exposição de fotografia de Eduardo Gageiro. "40 fotos nos 40 anos do 25 de Abril", imagens incríveis, algumas reconhecíveis pela constante referência, enquanto que outras se revelaram preciosas descobertas. Foi bem visível o sucesso da exposição, com a reacção espontânea das pessoas, que ao olhar para as fotos contavam mais uma história daquele tempo...
Ainda no Espaço das Artes, também vi a exposição "Rupturas - Anos 70", mostra que procurou dar uma ideia do que de novo e significativo estava a acontecer no mundo das Artes dos anos 70 portugueses, mas que também juntou algumas obras dos anos 80 e 90.
Inspirado por tanta Arte em tão pouco tempo, rumei ao Palco 25 de Abril para assistir ao concerto de Jorge Palma com Sérgio Godinho como convidado. A multidão era imensa (como já é costume), contudo um factor novo contribuiu para uma certa agitação cada vez mais premente. A chuva foi chegando e muita gente foi debandando depois desta actuação.
Lá em baixo no Auditório, havia por certo muitas pessoas a abrigarem-se do temporal, mas também chegaram muitos como eu que estavam interessados em ver a galega Uxía. Magia galega com complemento energético brasileiro de Luanda Cozetti. No final, Uxía cantou no meio de todos nós...
Molhado que nem um pinto, regressei ao Palco maior, para dançar ao som dos ÓqueStrada, de onde sobressai esse animal feroz de palco que é Marta Miranda.
Com bastante menos gente do que é habitual na Festa, chuva a quanto obrigas, segui para o Palco Alentejo para ouvir o Grupo de Cavaquinhos do Alentejo que veio de Alcáçovas. São tantos elementos que quase não couberam no Palco. A actuação foi muito interessante.
Desci de novo ao Auditório e apanhei o final de Cristina Branco com "Os Índios da Meia-Praia" do Zeca. Continuando no cavaquinho, esperei por Júlio Pereira que se apresentou com os mesmos companheiros de estrada com quem actuou na Costa de Caparica. Pretexto para publicar este vídeo realizado por Paulo Forte, com uma música emblemática do álbum "Cádoi" de 1984.
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| Júlio Pereira - "Cádoi" (1984) |
O temporal não só dificultou todos os que trabalharam na Festa, como fez atrasar alguns concertos e impossibilitou a actuação dos Viralata no Palco da JCP... Como estive à espera do desenlace desta situação, apenas apanhei um bocadinho do final de Legendary Tiger Man no Auditório, com Rita Redshoes a cantar "Fever" e Paulo Furtado a interpretar "These boots are made for walking"... tive pena por não assistir ao que se passou antes...
Pronto, agora só falta contar o dia 7...
